terça-feira, 27 de novembro de 2012

As Vantagens de Ser Invisível


"Assisti a um filme incrível! E agora vou ler o livro: The Perks of Being a Wallflower" eu disse à minha mãe, umas semanas atrás, quando o pacote da Livraria Cultura chegou em casa, com o meu exemplar. "E sobre o que é?", ela perguntou, como sempre que me via com um livro novo. Eu gosto de comentar esse tipo de coisa com a minha mãe, porque mesmo não tendo o mínimo interesse pelo mesmo tipo de literatura que eu, ela está sempre muito a fim de saber o que raios eu ando lendo. Mas dessa vez a explicação simplesmente não saiu, porque apesar de achar o filme incrível, eu não tinha uma descrição melhor do que "É sobre um garoto meio problemático".




~ Enredo

Charlie é, de fato, um garoto meio problemático. Ele tem uma capacidade incrível de observação, que o torna sensível aos problemas alheios e também um ótimo contador de histórias. Mas também o torna retraído, já que ele passa muito tempo observando as pessoas e pouco tempo interagindo com elas.

Ele mata a necessidade de se expressar enviando cartas, contando sobre seus pensamentos e dia a dia para um personagem "x". Não é revelado o nome desse personagem, ele é apenas descrito como alguém que "durante uma festa, não tenta dormir com uma pessoa só porque pode". Charlie vê isso como um grande atestado de caráter e decide que é uma boa conversar com ele. A narração da história, em ambos filme e livro, é feita por meio das cartas enviadas.


Vários acontecimentos ao longo da vida de Charlie colaboram para seu estado de reclusão. O mais recente é o suicídio de seu melhor amigo. Que era, aliás, seu único amigo. Ele está prestes a entrar no Ensino Médio, que é conhecido nos Estados Unidos por ser o período escolar mais "cruel", sozinho e traumatizado. 

Ele não fica sozinho por muito tempo. Sam e Patrick são irmãos-postiços, veteranos e, no geral, completamente malucos. Esquisitos que são, eles aceitam as esquisitices do garoto. Charlie, então, é apresentado ao mundo dos dois: festas, drogas, Rocky Horror Picture Show, música, sexo. Em resumo, a adolescência.

Mas, além de toda essa história, são dois detalhes que tornam a trama tão interessante: ótimas músicas (que, vou te dizer, vão agradar os hipsters de plantão) e a década de 1990. Há um gosto diferente em histórias contadas nessa época, talvez nostalgia. Tudo é mais sincero, simples e cheio de esperança.  Mas eu sou suspeita para falar: dê-me uma máquina de escrever e um vinil dos Beatles, e estou ganha <3.





~ Livro

Essa é a primeira vez na minha vida em que eu gosto mais da versão em filme, do que do livro. E vou explicar o por que: o livro tem uma narração fácil e gostosa. Os assuntos mais obscuros são tratados aos poucos e de forma discreta. Tanto que, em alguns momentos, li uma cena inteira sem saber exatamente aonde aquilo ia chegar. E quando a descrição foi finalizada, fui pega de surpresa por vários ~sentimentos~, que tentavam alcançar a história. Eu gosto desse tipo de coisa. Gosto de "sentir" a história.

Porém, por mais competente que o livro seja em fazer com que eu "sinta" a história de Charlie, ele comete erros. Erros esses que o filme corrige perfeitamente.



~ Filme

Eu sou fã de Harry Potter. Sou também fã de Percy Jackson. Dito isso, adorei ver um filme novo da Emma Watson e do Logan Lerman. A Emma que, ao contrário do que muita gente cogitou, não ficou marcada pela sombra da Hermione coisa nenhuma. E o Logan que, ao contrário do que Percy Jackson e o Ladrão de Raios mostra, é um ótimo ator. E, para deixar tudo melhor, tem Ezra Miller.








A dupla Emma-Ezra foi incrível de assistir. Há uma cena em que os dois estão no baile da escola, e uma música legal começa a tocar. Sam (Emma) grita "ai meu deus, estão tocando música de verdade!" e os dois resolvem fazer uma coreografia que tinham ensaiado. A cena me lembrou Ross e Monica, do seriado FRIENDS, e é tão boa que não consegui me conter, dei risada bem alto no cinema. A química dos dois ajuda tanto em alívios cômicos, quando nas cenas mais sérias e dramáticas. E, separadamente, os dois seguram histórias e cenas que, por si só, já fariam um filme muito bom.







Para fechar, preciso falar da cena do túnel. Essa cena me deu arrepios no cinema, e também me deixou muito emocionada no livro. Charlie, Sam e Patrick estão numa caminhonete, daquelas com caçamba na parte de trás. Uma música muito boa começa a tocar e Sam faz algo muito característico: fica de pé na caçamba e abre os braços, com o carro em movimento, curtindo a música e o vento. Charlie solta uma frase bizarra, mas que faz todo o sentido: "Eu me sinto infinito".




No livro, a música é Landslide, de Fleetwood Mac, que eu acho muito bonita, mas que não chegou nem aos pés do filme. No filme eles não conhecem a música e passam a chamá-la de "música do túnel". Sam finalmente a encontra. É Heroes, de David Bowie, e eles decidem passar novamente pelo túnel, para comemorar. Só posso dizer que a cena é uma das minhas preferidas.... NO MUNDO!



E vocês, o que acharam?


8 comentários:

  1. Adorei! Está de parabéns, o banner está maravilhoso!
    bjs

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    1. Eba :D ficamos felizes por você ter curtido!

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    2. \o/ ficamos mesmo Nath *-*... logo tem mais coisas ;D

      Fomos nós que montamos o banner... deu um puta trabalho pra organizar tudo, pra tirar a foto em menos de cinco minutos xD

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  2. Eu também gostei muito do livro mas infelizmente não consegui ver o filme. Estou aguardando o lançamento do Bluray que comprarei com toda a certeza. Gosto muito desses filmes sobre personagens problemáticos que crescem e se desenvolvem na tela. A cena do túnel no livro foi a que eu mais gostei de ler e a que mais me identifiquei. Estou muito ansioso pra vê-la no filme. Acho que o Charlie definiu muito bem a sensação: Sentir-se infinito. Quando que você está com pessoas incríveis e se sente feliz apenas por viver aquele momento. É ter o mundo todo a sua frente e desejar mesmo assim que o tempo congele para que aquele momento nunca acabe. Faz muito bem se sentir infinito.

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    1. E eu quero rever, estou só esperando sair em boa qualidade para baixar.
      Você explicou muito bem a sensação de ser infinito, rs. É isso o que eu acho também :)

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  3. Eu AMEI esse livro, muito muito ♥
    Gostei mais do livro do que filme, mas acho que porque li o livro antes. Sempre tenho essa sensação ao ver adaptações cinematográficas, por isso sempre gosto de ler o livro antes (alerta TOC a vista hehe).

    O que mais gostei no livro foram as referências literárias e musicais de Charlie, citar "O Apanhador no campo de centeio" e "The Smiths" foi pra me fazer tremer as pernas de alegria!

    Emma Watson está muito linda nesse filme, estou tento "saracoticos" de vontade de cortar o cabelo igual. ♥

    Ainda não vi e nem li Percy Jackson, mas adorei o ator, o modo como ele está a vontade na pele do personagem chegou a me causar arrepios.

    Quando acabei de ler, me senti infinita também, e desejei que esse sentimento nunca passasse.

    Um beijo,
    Arie Felix

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    1. Acabei de postar um comentário na sua resenha desse mesmo livro, não tinha visto seu comentário aqui ainda, rs.

      Quando eu digo que gostei mais do filme, as pessoas já olham torto sem nem me ouvir, mas é que assim... Isso não quer dizer que eu não tenha gostado do livro. Eu adorei o livro! Mas talvez seja algo de "garota que idolatrou a Hermione durante toda a adolescência" rs.

      Enfim... Eu também gostei muito das referências, principalmente musicais, porque não cheguei a ler todos os livro que o professor passa para ele, mas The Smiths, Fleetwood Mac e Bowie (filme) ganham meu coração!


      Beijos :)

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    2. Te entendo mesmo, eu adorei a "Hermione" nesse filme ♥, agora sinto que ela vai conseguir fazer outros personagens tão bem quanto fez HP :)

      Não li também todos os livros, mas todos entraram pra minha lista de leitura, até pedi pra minha irmã pegar na biblioteca da faculdade pra mim uns :))

      Beijo!!

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O mundo acabando e você aí, chamando bolinho de cupcake