A resenha de hoje é de uma convidada :)
Meu gosto de leitura e o da Agda se encontram e se distanciam, mas sempre gosto de saber o que ela acha dos livros, mesmo quando ela não quer ouvir o que eu tenho a dizer sobre eles (vide O Aprendiz de Assassino - ainda tenho rancor, Agda, ainda tenho).
De qualquer forma, deixo vocês com a resenha do livro A Visita Cruel do Tempo, e também com as lindas fotos da Nathy. Convido vocês a visitar o blog delas: The Good Times Are Killing Us.
Vamos lá.
Fim de semestre correria sem vaga pra estacionar pede uma
pizza diz que não vou o sinal vai fechar vamos pro bar os ingressos esgotaram a
fila ta enorme perdi o passaporte me dê uma bebida forte eles vão tocar de
graça não esquece os filmes desliga a tv está apertado
pausa.
Vez ou outra leio algumas resenhas de livros por aí e já
tinha lido sobre A Visita Cruel do Tempo naquelas mini-resenhas que a Livraria
Cultura fornece ~ sem querer nada em troca ~. Não chamou muita atenção. Era
algo sobre ser um romance que colocava a História do Rock no meio e isso me fez
lembrar desse livro aqui e não é e-xa-ta-men-te assim.
A Visista Cruel do Tempo chegou em minhas mãos por culpa de
uma frase que vem na capa dele: "O melhor livro que você terá nas
mãos" Los AngeLes Times. Quanta audácia, não? Fico até pensando se devo ou
não continuar essa resenha.
pausa.
Jennifer Egan trás em seu livro uma narrativa bem louca mas
não fora de série. Bom, um pouco fora de série. Tipo o começo deste post com
frases sem nexo e pontuação… o tipo de leitura que você tem que firmar ~ cum
força ~ de primeira ou vai passar um tempo até chegar ao ponto onde você acha que
entende a linha de construção e organização de Egan, do modo como ela adora
interligar seus personagens muitas vezes apenas pelo nome ou um show que
tiveram em comum. Em A Visita Cruel do Tempo a autora narra de formas
~variadas~ pelos capítulos. Vocês vão se surpreender. Quem leu Estremamente
Alto e Incrivelmente Perto faz uma ideia do que falo. Tem também o bom e velho
narrador-personagem. Um modo de dar importância ao personagem, dar voz, situar
a Época etc etc etc. Lembra o estilo de George R.R. Martin de separar capítulo
por personagem pra quem leu os livros das Crônicas de Gelo e Fogo. Outros
autores trabalham nesse estilo também, mas não vamos nos aprofundar aqui.
A história começa com uma personagem e em seguinda pula pra
outra sem ligação alguma e em seguida é outra e outra e outra e outra. Temos
ladrões, acadêmicos, artistas, produtores, góticos, burguesia. Aparentemente a
narrativa parecer ser sem nexo algum. Pior que telefone sem fio. Mas aos poucos
as peças vão se juntando. E até tem personagens principais, mas se eu falar...
tsc tsc tsc. Acaba toda a graça da leitura que Jennifer Egan nos proporciona.
Esse modo de narrar evidenciando o vocabulário do personagem
ajuda a localizar no tempo-espaço. Uma coisa pra quem adora referências
musicais: esse livro é recheado delas. Aconselho a ler com o youtube aberto ou
então anote e não esqueça de ouvir as músicas depois. O tempo está marcado não
somente pelas palavras ou descrição dos personagens, a música é um dos pontos a
se focar. E a gente pode até pensar que a música não envelhece, mas envelhece
sim. … Até engraçado quando alguém solta: "ah, isso é música de
velho". Mas tudo envelhece. E sempre nasce algo novo também. Bom ou ruim.
Egan nos dá a liberdade de julgar seus personagens como
queremos. Mas as músicas não. Elas é que nos julgam. Ouso até desafiar você a
dizer qual música está escutando agora.
Deixo aqui minha última "pausa" e agradeço o espaço
aqui no Bolinho.
--
Estou ouvindo "De todos os loucos do mundo" da Clarice Falcão <3
ResponderExcluirParece interessante *-* e a resenha ficou super legal \o/
Mas vou acabar meu livro de steampunk primeiro, e talvez escrever uma resenha aqui ^^/